Kms e kms a fio…>>

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Ainda incrédulo com o delicioso almoço gratuito em Futaleufú, encaminhei-me para a fronteira, entusiasmado com as surpresas que esta aventura me reserva e encantado com a ideia de voltar à simpática Argentina de preços baixos. Até ao asfalto que me levaria a Esquel, a estrada de terra foi cruzando rios brancos de pedra e espuma, contornando lagos trémulos ao vento e pejados de nuvens de mosquitos, moscardos e às vezes abelhões vermelhos enormes. Em Esquel o dormitório era realmente básico. Uma grande caixa de madeira com chão de cimento frio e um tecto alto seguro por grossos troncos. Albergava onze beliches triplos, com os respectivos trinta e três colchões de esponja, velhos, roçados, todos com o forro já rasgado em vários sítios. Choveu muito de manhã, mas saí com sol a caminho de San Carlos de Bariloche e a região dos lagos. O tempo estava a querer melhorar à medida que me afastava do Sul, mas para mim ainda sabia a pouco, embora estivesse seguro de que em breve haveria demasiado calor. Uma estrada rápida de montanha um pouco chuvosa fez-me chegar à cidade cansado. Descobri o centro e encostei numa gasolineira ao lado de outra GS, matrícula americana. Uau! Dentro, um tipo baixo, de cara encolhida por entre caracóis loiros tresloucados e barba em pêra despenteada folheava um Loonely Planet da América do Sul. Destoava claramente entre os Argentinos que ocupavam as mesas ...
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